terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Amizade

Escolho meus amigos não pela pele, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Fico com aqueles que fazem de mim louca e santa. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas, angústias e agüentem o que há de pior em mim. Mas pra isso, só sendo loucos. Quero os santos, que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, pra que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, pra que nunca tenham pressa.

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